Se existe algo que diferencia Big Brother de Novela é a ficção e a realidade. Jogando xadrez derrubamos o cavalo, eliminamos a rainha assim por diante até a morte do rei. Como a morte é em um sentido figurado, podemos dizer que é um jogo. Jogos são de brincadeirinha, Big Brother não é jogo, é realidade. Sofre, ri, chora, briga, dói, vence, perde, tudo é de verdade ou, pelo menos é para ser de verdade. Se alguém esta simulando estas emoções nosso papel é eliminá-lo (Thati). Assim como devemos rejeitar este tipo de comportamento neles, devemos rejeitar nossa própria condescendência com qualquer tipo de atitude que se justifique no “é um jogo” porque não é.
O Big Brother é um experimento de vida que reflete experiências fora da casa. Quando um sujeito entra no BBB é como um jovem entrando no mercado de trabalho, ele pode ser bem sucedido na empresa, ser promovido, ganhar cada vez mais “jogando” limpo ou não. Exatamente como no Reality Show! Em uma empresa, para se dar bem sempre encontramos indivíduos que: puxam o saco de quem está bem na fita, fazem amizades em troca de influência e agradam todos (Natália). Existem os que, se não participam, fazem vista grossa para a sujeira que descobrem e se calam para não se prejudicarem, os chamados coniventes (Marcos). Aquele que pouco ou nada faz (Gyselle), mas tem a proteção do chefe ou do governo como um funcionário público, que consegue vantagens por laço familiar, sexual, influência, etc. Aqueles que usam o poder de sedução, ou assédio sexual (Juliana). Aquele que joga sujo, puxa o tapete e se utiliza de qualquer artifício não ético para derrubar os adversários e se sobressair (Marcelo).
Se a sociedade conscientemente enxergar que os Brothers usam bem estas armas e premiá-los, é porque usa as mesmas ferramentas no dia-a-dia. Os países capitalistas mais ricos e bem sucedidos, são aqueles em que as pessoas e instituições têm embasamento moral avesso a esse tipo de comportamento e, premiam as pessoas honestas que se destacam pela eficiência.
Muitos participantes são extremamente contraditórios, pois enquanto dentro da casa repetem “estou sendo eu mesmo, não estou jogando”, ao sair da casa logo na primeira entrevista, quando alguém lhe aponta um erro, imediatamente se justifica: “...porque é um jogo, na vida real eu...”. A palavra “jogo” deveria ser riscada do dicionário BBB. Big Brother é vida real, é um observatório de comportamento social. São todos funcionários e nós somos os patrões, promovemos as melhores pessoas ou os melhores malandros?
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