terça-feira, 11 de março de 2008

E la nave vá

O navio Marcelo esta desesperadamente a deriva, sem ter para onde apontar seus canhões, vai gastando sua última pólvora atirando erraticamente em todas as direções. Marcelo parece sentir o que acontece fora da casa: simpatizantes do lado negro da força, os ratos vão pouco a pouco abandonando o navio. Seus capitães, para manter sua honra, têm que afundar junto com o navio. Mas que honra? Aqueles que defendiam cegamente Marcelo com suas pernas e caras de páu, antes o faziam sem restrições e, agora que a nau esta afundando mesmo, confessam os defeitos dele, escondendo sob o tapa-olho, o buraco que revelava sua alma ruim. Não é que neste BBB não há bandidos e mocinhos. Eles existem. O que não existe são pessoas inteiramente boas ou ruins. Nossos sentimentos em relação aos Brothers são espelhos das atitudes que tomamos em nosso dia a dia. Por isso mergulhar em BBB não é futilidade ou fanatismo. É um fenômeno sociológico. Assim como o Orkut, o BBB teve no Brasil uma resposta maior que qualquer outro país mundo afora. O que se pode observar nos participantes e na reação do povo é, por exemplo:

1- Não sabemos distinguir bem e mal claramente. Como fiéis de algumas igrejas.

2- Os participantes estão mais aperfeiçoados em “superexpor” o quem tem de bom e subtrair o que tem de ruim (Thati).

3- Aquele que fica a vontade é eliminado porque, independente de suas qualidades, revela suas falhas. (Fernando).

4- Mesmo sendo gente boa. Se eles disfarçam ou se isentam demais é porque aprendem com o público que é a melhor forma de jogar, ou já estariam fora da casa (Marcos).

5- Ainda que se torne nítido que a pessoa é o bandido (Marcelo), uma assustadora parcela do povo o admira, uma fatia deteriorada da sociedade.

6- Se tal pessoa age corretamente, incomoda como um tapa na cara daqueles que são justamente o oposto, que tratam imediatamente de classificá-la (Juliana se faz... Marcos banana ... Rafinha fingido...)

7- Boa parte das pessoas é insensível, não ligam patavinas com certo/errado ou o valor humano de cada um, apenas a diversão que vai lhe render. São aquelas que adoram justificar, “é um jogo”.

8- Muitos fazem vista grossa e apóiam o bandido contanto que esteja ao lado de seu “mocinho” (Gyselle). Como moradores de uma favela no morro que apóiam traficantes e suas pequenas benfeitorias.

9- Algumas pessoas são inflexíveis e irremediáveis, não importa o que o Brother faça na casa, o defendo até o fim. Como quando se escolhe um time para torcer para toda vida.

Ontem a máquina da verdade revelou não somente os emparedados, mas a nós mesmos que carregamos tão longe a mentira, a sujeira e falta de escrúpulo que o Marcelo representou. Como a Nat diz: affff!

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